Desde terça-feira passada (19), data da estreia da 16ª edição, foi possível perceber que o Big Brother Brasil vinha com uma proposta diferente. Um elenco heterogêneo e menos atrelado à padrões de beleza foi selecionado e não foi preciso esperar muito para perceber. O cast dessa temporada conta com dois filósofos, uma jornalista que participou de diversos movimentos de emancipação feminina e claro, para fazer o contraponto, uma mulher que alega ser machista, dentre outros personagens peculiares. A produção do BBB é especialista em encontrar pessoas divergentes com o objetivo de causar conflito, caso de Bela e Diego no BBB 14, ela feminista declarada e ele machista opressor.
E o programa já surpreendeu na estreia. O mote parecia ser as diferenças entre as gerações. Os participantes foram apresentados em grupos divididos por faixa etária, dando a entender que competiriam assim. Observadores mais atentos perceberam que Bial falou que a grandeza da edição seria aprender a não lutar contra, mas lutar junto, o que ocorreu na primeira prova do líder. A prova ocorreu ainda na terça e foi de resistência, como de costume, mas ao contrário do que se pensava os participantes puderam escolher os grupos. Este foi o momento que, aparentemente, acabou definindo o mote da edição: Guerra dos Sexos.
Com a vitória do grupo masculino as mulheres se viram acuadas e se uniram para responder à ‘conspiração masculina’. Se os homens, articulados por Ronan (que parecia um forte candidato ao prêmio, mas se perdeu já na primeira semana), indicaram Harumi com a justificativa de que ela era forte, as mulheres unidas contra atacaram indicando Daniel e deixando ir pelo ralo a tentativa dos homens de fazer um paredão feminino. Pelo que é possível perceber nesta primeira semana o BBB 16 vai ser jogo de gente grande.
Além disso tudo acontecendo na casa mais vigiada do Brasil (rs), também tivemos 4 pessoas concorrendo a duas vagas extras. A internet estava em polvorosa esperando por retornantes quando 4 ‘whos’ foram anunciados. Inicialmente separados eles logo foram integrados à casa e, aparentemente, surgiu aí um dos grandes jogadores desta edição. Matheus apelou para a caridade com sua cidade-natal, já formou casalzinho (a melhor estratégia numa era de shippers e fanbases) e tratou bem a “vovó Geralda”. Precisa algo mais para seduzir ao mesmo tempo as pré-adolescentes e encantar o público do sofá? Público este, aliás, que depois do BBB 14 resolveu reassumir as rédeas do programa e dar o prêmio para César, mostrando que nem só de internet vive o BBB.
É por isso, também, que o Big Brother continua sendo um sucesso. É um programa que sabe como ninguém agradar aos mais diferentes públicos, desde “as tias do sofá” até a “galera da internet”. A Globo está em festa com a audiência, como é possível perceber através das notícias. Se o programa estreou com a pior audiência da história, os índices já subiram 13% com relação à estreia e, como mencionei em coluna anterior, segue sendo campeão em faturamento. A 16ª edição estreou já com um faturamento de 190 milhões de reais.
A eliminação de ontem ainda não é suficiente para afirmar que o público está do lado dos homens, já que Harumi não era uma personagem muito carismática e estava competindo contra Daniel, que faz o típico perfil de homem bonito que dura bastante em BBB.
Disso tudo, tira-se o fato que o BBB é feito por gente e, por isso, muitas vezes, as coisas tomam rumos completamente diferentes do que todos esperavam. Por isso que cada edição é única, ainda que twists se repitam e que o programa esteja há 14 anos no ar. Eu, particularmente, me canso às vezes, mas na semana seguinte acontece algo que me faz prestar atenção ao programa novamente.
Aparentemente, a chave para o sucesso na 16ª edição vai ser a flexibilidade. Quem consegue conviver melhor com tanta gente diferente? Aliado a uma pitada de carisma (característica comum entre praticamente todos os vencedores da franquia) este deve ser o caminho do sucesso. O jogo começou. Façam suas apostas.