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A gloriosa e multifacetada Tatiana Maslany

  • Stefs Lima
  • 15 de abril de 2016

Tatiana Maslany é uma mulher inesquecível. Não apenas por seu trabalho primoroso em Orphan Black, como também por ter o discurso sempre engajado quando lhe perguntam sobre a comunidade LGBT, sexismo e a importância do empoderamento feminino.

Engana-se quem acha que Maslany é só Orphan Black e não culpo ninguém por pensar assim. O estrago positivo que essa mulher causou na vida de muita gente meio que impede a visualização do seu trabalho além das clones que encarna com tamanha dedicação. Dá para crer que ela é um caso de sorte, um achado, mas seus esforços no mundo artístico se iniciaram aos 4 anos.

O pontapé inicial dentro desse ramo ocorreu por meio da dança, mas não demorou muito para que Maslany transitasse para buscar aquilo que sempre sonhou: ser atriz. Sonho moldado no Canadá, sua terra natal, em que aproveitou todas as chances para aprimorar sua clara vocação.

Como muitas que almejam os holofotes, Maslany dedicou parte da sua adolescência a produções escolares. Uma fase de sua vida em que já era multitarefa por se dividir entre estar em aula ou gravando. Um prévio caminho artístico que inclui as mais variadas experiências, tais como a no teatro de improviso. Essa é uma das marcas mais importantes do seu currículo, pois o reconhecimento lhe rendeu um posto regular no General Fools Improvisational Theatre.

As portas continuaram a se abrir e Maslany fez participações significativas na TV, como em Flashpoint, que lhe rendeu um Gemini Award, Heartland, The Nativity, e até Parks and Recreation. Já no cinema, ela levou o prêmio do júri no festival Sundance de revelação por seu trabalho em Grown Up Movie Star. Dentre seus trabalhos atuais na sétima arte estão The Woman in Gold, que tem Helen Mirren no elenco, e The Other Half, em que estrela ao lado do namorado Tom Cullen.

Há muitos trabalhos no currículo de Maslany que podaram caminho para sua melhor conquista (até então) profissional: Orphan Black.

Maslany e a representatividade na TV

Maslany---Orphan-Black

Como disse na abertura deste texto, Maslany tem um discurso forte e influente, principalmente quando conversamos sobre representatividade feminina na TV e empoderamento. Dois itens que batem forte em cada episódio de Orphan Black.

Dar vida a mulheres tão únicas e ao mesmo tempo tão diferentes em estilo e em personalidade foi o que a levou ao auge. Pode ter sido pela história ou pela atuação, mas há muito mais nesse trabalho sempre desempenhado com maestria. Além das trocas de roupa e da mudança no sotaque, há honestidade em cada uma das clones, tanto no contexto como na construção, o que as tornam relacionáveis dentro de uma situação não tão fictícia que as rotula como propriedade.

A preocupação para que essas clones sejam palpáveis vem em grande parte da própria Maslany. Ela chega a bolar playlists específicas que a ajudam entrar no espírito de cada uma, estudar animais para mudar a postura e a forma que as personagens se movem, e alterar o sotaque. Muito disso é associável a sua experiência no teatro de improviso, pois, se anularmos o núcleo narrativo pra lá de intrincado da série, é possível imaginá-la trocando os trajes rapidamente como uma atriz em vários atos. Ou inclusa naquelas brincadeiras cuja meta é adivinhar quem a pessoa imita.

Parece simples, só que é trabalhoso. O diferencial é que Maslany gosta do desafio de trazer “alguém novo” para a série. Sentimento que não a acompanhou na época em que recebeu o feedback da audição que a colocou como a estrela de Orphan Black. Ela fez o teste na pegada “não tenho nada a perder” e só faltou fugir para as colinas quando a confirmação veio.

Da excitação de realizar um teste para um job que provavelmente não conquistaria, veio o medo de não dar conta. Só que o jogo virou não é mesmo?

Maslany dá voz a uma série que considera feminista e ela é uma feminista assumida. Mesmo que tenha todas as pirotecnias e a conspiração científica como pontos-forte, o que marca Orphan Black é a representatividade e a verossimilhança que trazem clones como heroínas de suas histórias em combate contra o rótulo de propriedade. Como não donas do próprio corpo. As personagens são controladas por uma empresa que tem muito do patriarcado que dita o que cada uma deve fazer – só que com um objetivo maior – e isso persegue muitas mulheres na vida real.

Por mais que a série não tenha investido tanto no cru dos experimentos, a fim de mostrar com frieza que o grupo de personagens não comanda a própria vida, não é difícil visualizar que esse universo fictício se relaciona com o que vivemos. O mesmo vale para as clones que tem um pouco de cada mulher, até mesmo as vilanizadas, reforçando o caráter multifacetado da série.

Maslany confessou em algumas entrevistas o quanto lhe interessa e o quanto lhe é importante o engajamento no debate sobre propriedade e autonomia do corpo. Sarah, Alison, Cosima, Helena, Rachel e as temporárias Elizabeth, Katja, Jennifer, Janika, Aryanna e Danielle, não são tratadas como pessoas e nem como mulheres. Uma ficção com um fundinho de verdade, pois esse combo de personagens está longe de ser independente por ter o destino predeterminado: ser um termômetro quanto à evolução humana. Nenhuma tem escolhas e quando as têm pagam caro.

Uma clone tem sua vida interligada a outra dentro do mesmo tipo de opressão. E as mulheres vivem isso, todos os dias, independente daquelas que são ou não feministas. Na série, as clones têm suas vidas coordenadas por barbantes que as tornam marionetes do sistema e elas reagem contra. Atitude libertadora para a TV.

Como feminista, Maslany se sente sortuda em assumir o elenco principal formado por mulheres e em trabalhar em uma série que não a impede de dar o seu melhor. A representatividade, na sua definição mais abrangente, quer uma personagem no centro com uma história tão marcante quanto sua caracterização – que precisa fugir dos estereótipos. Orphan Black nos presenteia com isso porque a sua atriz principal encarna mulheres palpáveis.

Detalhes que fazem parte do por detrás das câmeras, pois Maslany é do time de produtores da série. Uma formalidade, pois ela já contava com espaço para criar as personalidades das clones. Nesse posto, ela também se envolve na criação de Orphan Black, algo que caiu como uma luva para uma pessoa que ama pesquisar e construir (clone ou não) personagens. Isso lhe abriu espaço para trabalhar e desenvolver ainda mais a representatividade feminina nesse universo.

Já tê-la nesse posto é unicamente importante, pois também faz aceno à representatividade na TV, em que muitas ficam de fora desse e de outros ramos que ainda são dominados pelo sexo masculino. Incluo o protagonismo também, porque é gratificante ver uma mulher em cargos sempre dados aos homens. É uma inspiração e ela garante que é ouvida e que as ideias são transferidas com fluidez.

Além da representatividade, Maslany também corre atrás do empoderamento feminino na televisão por meio do seu trabalho, dentro ou fora das telas. Ela quer quebrar as amarras que rendem sempre o mais do mesmo aka personagens estereotipadas e unilaterais.

Com esse ponto de vista, entramos em outro tópico: Maslany não curte essa de personagem feminina forte porque nunca ouviu alguém dizer personagem masculino forte (porque eles são apenas fortes). Para ela, é uma descrição redutiva ao papel de qualquer mulher, que anula o caráter multifacetado que todas possuem. Como ser vulnerável, por exemplo, que já passou do tempo de ser vista como fraqueza (Rachel é fraca por causa da família? Acho que não!).

Sarah luta pela filha, Helena batalha contra outra instituição com crenças deturpadas, Alison é a chefe da família, Rachel se protege no poder e é tão quebrada quanto às outras. Essas clones não são as esposas, as vilãs irremediáveis, o interesse romântico ou a dependente de um homem. Cada uma tem sua posição e sua influencia na história que nada tem a ver com esses itens citados.

E Maslany cuida pessoalmente para que isso seja mantido e agradecemos de coração.

Maslany e o sexismo na indústria

Maslany-e-Sexismo

Roupas, maquiagem, cabelo e tudo isso; tanto indica o tipo de pessoa que você é por dentro e a pessoa que você está apresentando no exterior. Às vezes, eles estão em conflito, e às vezes eles são os mesmos.

Maslany não hesita em cutucar o sexismo e o dito padrão de beleza que habitam em Hollywood. Ela é extremamente decidida quando argumenta sobre esses quesitos, um traço da sua personalidade que tem lá suas consequências. Afinal, vez ou outra a atriz precisa comedir o quanto vale a pena insistir na hora de se impor para burlar um sistema que vive das aparências.

Porém, isso não a impede de relutar até ser acatada diante de mudanças desnecessárias no visual. Tais como depilar o buço e as axilas. Há outro episódio embaraçoso em que Maslany teve que vigiar o figurino para que o umbigo permanecesse amostra – em uma cena de luto.

Ela já deixou claro que só muda se for necessário e se fizer sentido.

Maslany e a comunidade LGBT

Maslany---Cosima-e-Delphine

O ponto fraco de Maslany é a comunidade LGBT que a tem como forte aliada. Muitos dos seus fãs se assumiram por causa de Orphan Black e alguns de seus amigos particulares sofreram para fazer o mesmo. A atriz não compreende porque há uma linha de separação que automaticamente isola esse grupo de pessoas. Para ela, só o fato de ter uma comunidade não deixa de ser um isolamento, pois, aos seus olhos, demorou para a sociedade ser igualitária.

Um dos momentos marcantes, e que a ajudou a enxergar com mais clareza o impacto que tem na vida das pessoas, aconteceu em 2014 em um painel da Comic-Con. Uma fã se direcionou à atriz e ao Jordan (o Felix) e confessou que Orphan Black e Cosima a inspiraram a se assumir. A fã ainda contou que a mãe não aceitou bem a novidade, mas ver a série juntas contribuiu para reconstruir a relação de ambas.

Maslany caiu aos prantos, algo que sempre acontece quando a questionam sobre a comunidade LGBT. É um ponto sensível que lhe dá uma brecha para citar Cosima, uma das raras personagens televisivas que não tem sua escrita definida pela sexualidade.

Maslany e nossos pobres corações

Maslany-e-Prêmios

Maslany é uma mulher otimista, animada, articulada, inteligente, engraçada, autêntica… Aonde para de elogiar? Essa linda é uma esperançosa de carteirinha, especialmente com o momento do qual vivemos, aonde vozes são ouvidas com mais afinco e que o ponto de vista de algumas histórias televisivas têm fugido dos estereótipos.

Muitos se perguntam aonde estão os prêmios importantes, mas mal sabem que essa preciosidade já é reconhecida antes de Orphan Black – isso se pensarmos no fator prêmios em casa. Pode não haver um tão cobiçado Emmy, mas há um Critics’ Choice pelo seu trabalho na série. Só que nada disso é uma “aprovação”, pois Maslany batalha desde cedo e conquistou seu espaço com pouca divulgação, praticamente na linha independente como um dia fez Jennifer Lawrence.

A atriz conquistou seu espaço naturalmente por partir do que acha certo tanto no âmbito pessoal quanto profissional, sem interesse em emplacar. E emplacou.

Com humildade e mente aberta, Tatiana Maslany é uma das melhores atrizes dessa geração. Para horror dos críticos, uma mulher revolucionou a televisão e a ficção científica na TV. De um ponto de vista unicamente feminino. Pode não haver Emmy, mas eis uma artista que vê os fãs como seus verdadeiros prêmios. É para o fandom que ela atua e é o fandom que é seu suporte.

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Stefs Lima

Jornalista no diploma. Fangirl nas hora vagas. Escritora de mentirinha. Protetora de personagens femininas. Caçadora de showrunners.

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4 comments
  1. Arthur Barbosa disse:
    16 de abril de 2016 às 18:53

    Merece um Emmy gente! Como assim? Tatiana é perfeita. <3

    Parabéns pelo texto. Adorei a leitura!

    Responder
    1. Stefs Lima disse:
      18 de abril de 2016 às 09:16

      Heyyyy, Arthur, tudo bem? Obrigada pela visita e pelo comentário! AMAY!

      E SIM, essa mulher merece não só o Emmy, mas todos os prêmios do mundo, até um Music Awards que não tem nada a ver e merece tbm haahahahahahh <3

      Responder
  2. Karla Kélvia disse:
    18 de abril de 2016 às 21:31

    AMEEEEIIII PRIMA!!!! TATI RAINHA DA GALÁXIA!
    Ela é, sem dúvida, uma das minhas atrizes preferidas. Tatiana mostra ter um talento tão rico, tão vasto, que é qse bizarro não ter ainda arrastado tds os prêmios possíveis. Orphan Black, uma série que descobri graças a vc, à Mari e á Ísis, dentre outras pessoas, é visceral, é empolgante, é viciante, td isso por causa. Amei o texto <3

    Responder
    1. Stefs Lima disse:
      20 de abril de 2016 às 11:13

      PREEEEMAAAAA linda e cheirosa! <3 Maslany muito amor, né?<3 Os críticos são orgulhosos demais, ficam negando o inegável. Fato é que essa mulher já deveria ter rapado todos os prêmios, mas, infelizmente, ainda tem treta de protagonismo feminino feat. ficção científica. Mas uma hora ela levará TUDO QUE TEM DIREITO AHAHAHAHAHAHAH

      Beijos, sua linda!

      Responder

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