Revista Pixel TV
  • Notícias
  • Criticas
  • 10 +
  • Pelo Mundo
  • Precisamos Falar…
  • Perfil
  • Entrevistas
  • Por Onde Anda
Revista Pixel TV
Revista Pixel TV
  • Notícias
  • Criticas
  • 10 +
  • Pelo Mundo
  • Precisamos Falar…
  • Perfil
  • Entrevistas
  • Por Onde Anda
  • Precisamos Falar...

Precisamos falar sobre assédio e empoderamento feminino

  • Gabriela Assmann
  • 23 de outubro de 2018

Esse texto é difícil desde o seu título. Ao nomeá-lo, não sabíamos se devíamos nos referir a assédio ou a machismo, de uma forma mais ampla. Isso, porque ambas as coisas estão intrinsecamente relacionadas, embora o assédio não ocorra somente contra mulheres.

A verdade é que esse texto estava há um bom tempo na gaveta. Embora sejamos feministas e sentíssemos a necessidade de falar sobre os casos de assédio em Hollywood, desde que tudo veio à tona, as palavras pareciam faltar.

A cada relato que surgiu pós exposição de Harvey Weinstein, tudo se tornava ainda mais duro e difícil de engolir, talvez por saber que Hollywood também era aqui, ali e em todo lugar. Ontem, hoje e desde sempre. Mas não mais para sempre, porque nós vamos falar. Nós precisamos falar.

“Nós somos as pessoas que não estão nos jornais, vivemos nos espaços em branco nas bordas da impressão. Isso nos deu mais liberdade, vivemos nas lacunas entre as histórias”.

Essa frase de Margaret Atwood, autora de The Hadmaid’s Tale, série que vem conquistando público e crítica há duas temporadas, é precisa ao mostrar o papel da mulher em nossa sociedade. Por muito tempo, estivemos nas lacunas, jamais fazendo parte da história. Infelizmente, na televisão esse comportamento se reproduzia, talvez com ainda mais ferocidade.

Desde que o silêncio foi quebrado sobre Harvey Weinstein, um dos principais produtores de cinema norte americano (Shakespeare Apaixonado e alguns filmes de Quentin Tarantino estão em seu currículo), inúmeras histórias de assédio foram relatadas e mostraram que entre os poderosos de Hollywood, as mulheres eram apenas um adereço e não sujeitas de sua própria história.

Por anos, se quisessem ter uma chance na indústria do entretenimento, precisavam aguentar todo tipo de assédio caladas.

As diversas denúncias contra Weinstein, que somaram mais de 60 e contam com atrizes como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, fizeram surgir a campanha #MeToo, que tomou conta dos tapetes vermelhos de premiações como Oscar, Cannes e Globo de Ouro. O movimento se multiplicou entre as atrizes de Hollywood que viram ali a chance de expor diversos casos contra homens de alta classe do entretenimento.

time's up
Foto: It’s Pretty Green

Em 2017, nos Estados Unidos, as ligações para a Rede Nacional de Denúncias de Estupro, Abuso e Incesto tiveram um aumento de 23% e muitas das ligações mencionavam a #MeToo como uma das influências para a realização da ligação. No início de 2018, mais de 300 atrizes, diretoras e escritoras lançaram o projeto Time’s Up Legal Defense Fund, para arrecadação de fundos para ajudar em processos judiciais de mulheres que sofreram assédio sexual no trabalho. Outro fator importante da #MeToo foi mostrar também casos de assédio sofrido por alguns homens.

Foi mais ou menos nessa época, em 2017, que aqui no Brasil um dos maiores atores globais viu sua carreira estremecer. Quando Lu Tonani, figurinista da Rede Globo, denunciou José Mayer, o ator não foi mais escalado para nenhuma novela, embora ainda tenha contrato com a emissora. A denúncia do caso não foi formalizada pela figurinista pois ela diz ter sido inibida por um delegado. Apesar disso, o caso repercutiu nas redes sociais e ganhou os camarins e corredores da emissora com atrizes que movimentaram a campanha ”Mexeu com uma, mexeu com todas”.

Nessa leva, outros movimentos surgiram, como os que buscavam igualdade salarial entre homens e mulheres. Infelizmente, sabemos que essa questão ainda está longe de ser realidade. Na mais recente temporada de The Affair, por exemplo, tivemos a protagonista Ruth Wilson deixando inexplicavelmente a trama após dar declarações públicas sobre o fato de receber menos do que Domick West, protagonista masculino da trama.  

“Não vivemos mais nos espaços em branco nas bordas da impressão. Não vivemos mais nas lacunas da história. Nós somos a história e nós estamos escrevendo a história.”

Mas não é só nos bastidores que essas histórias costumam acontecer. Na frente das câmeras pudemos ver vários casos de assédio na última edição da Copa do Mundo de Futebol, que aconteceu na Rússia. Diversas repórteres passaram por poucas e boas para se esquivar de alguns homens em momentos ao vivo na TV.

Infelizmente, com a cultura que temos, comportamentos como esses são aceitos e legitimados. Os homens que agem dessa forma, o fazem em frente às câmeras, porque sabem que dificilmente responderão por seus atos, mas também porque muitas vezes nem percebem como errado o comportamento que estão tendo. Por isso, precisamos sempre educar nossos meninos para que não sejam machistas.

Mas, afinal, o que aconteceu com os acusados?

Alguns, apenas alguns, atores e produtores tiveram seus trabalhos prejudicados devido às acusações que receberam.

  • Kevin Spacey, que foi acusado de assédio por dois atores, foi demitido de House of Cards e  teve toda sua participação cortada do novo filme de Ridley Scott, All the Money in the World.
  • Louis C.K. teve a estreia do filme ‘I Love you, Daddy’ cancelada e um especial na Netflix também cancelado
  • Ed Westwick teve sua série na BBC suspensa
  • Jeffrey Tambor foi demitido da premiada série da Amazon, Transparent, na qual era protagonista

Enquanto isso, atores como Casey Affleck e Johnny Depp e diretores como Woody Allen e Roman Polanski, seguem impunes e ganhando prêmios importantes de Hollywood, como Oscar e Globo de Ouro.

E nessa onda surge outra discussão pertinente, que pode dar a origem a outro texto no futuro: porque alguns são punidos enquanto outros seguem impunes?

O texto foi produzido em colaboração com Maísa França

Gostou do texto? Acompanhe as nossas redes sociais e receba outras novidades sobre o mundo da televisão. Estamos no Facebook e no Instagram.

 

Gabriela Assmann

Comunicadora por natureza e por formação. Apaixonada por reality shows, tem como objetivo de vida assistir todas as 32 (e contando...) temporadas de Survivor. Se apaixonou pelo mundo das séries através de The O.C e Gossip Girl e atualmente assiste How to Get Away With Murder, Scandal, Supergirl, Nashville, The Affair, Transparent e algumas outras. É irremediavelmente apaixonada pelo Netflix e suas produções originais.

Previous Article
  • Carimbos da TV
  • Críticas

‘The Purge’ bem que tenta mas não foge do óbvio

  • Maísa França
  • 16 de outubro de 2018
View Post
Next Article
  • Notícias

‘Tales Of The City’: Zosia Mamet se junta ao elenco da nova produção da Netflix

  • Marco Silva
  • 26 de outubro de 2018
View Post
Leia também

Notice: Undefined index: post_type in /home/revistap/public_html/wp-content/plugins/canvas/components/posts/class-block-posts.php on line 948
View Post
  • Precisamos Falar...

Precisamos falar sobre plágio na TV

  • Maria Clara Lima
  • 5 de janeiro de 2020
View Post
  • Fala Pixel
  • Opinião
  • Precisamos Falar...

Precisamos falar sobre visibilidade e representatividade bissexual na TV

  • Carol Cadinelli
  • 3 de outubro de 2018
View Post
  • Opinião
  • Precisamos Falar...

Precisamos falar sobre ’13 Reasons Why’

  • Maísa França
  • 6 de junho de 2018

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Notícias
  • Criticas
  • 10 +
  • Pelo Mundo
  • Precisamos Falar…
  • Perfil
  • Entrevistas
  • Por Onde Anda
Ads
  • Imprensa
  • Princípios Editoriais
  • Responsabilidade Social
  • Copyright
  • Termos de Uso
  • Política de Privacidade
© 2014-2020 | REVISTA PIXEL TV | É proibida a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização das editoras |

Input your search keywords and press Enter.